A árvore amor e sua mutação
O amor é uma pequena semente, plantada em uma terra chamada coração. Por
ser uma semente especial atualmente está em extinção, precisa de cuidados
especiais para nascer.
Uma vez nascido, precisa ser regado por um liquido chamado carinho,
receber os raios de uma estrela chamada ternura, para se fortalecer. Também é
necessário construir em volta dele o muro fidelidade, revestido por varias
camadas de credibilidade, para protegê-lo dos tempestuosos ventos que tentam
destruir o amor antes que ele cresça.
Com o passar do tempo, cresce então a grandiosa árvore amor.
Suas raízes são firmadas e aprofundadas na verdade, seus galhos são
fortalecidos e sustentados pela lealdade, e suas folhas são alimentadas pelo
néctar da confiança, para adquirir um deslumbrante verde esperança.
Florescem em qualquer estação,
suas flores têm um colorido especial, anunciando a chegada da alegria, para dar
frutos felicidade. Mas apesar de muito grande e frondosa, a árvore amor, é
muito vulnerável, quando não é tratada com a devida atenção, e um pequeno vírus
por nome desconfiança, pode contaminar as raízes do amor. Uma vez contaminado
este vírus pode causar uma grave doença: O ciúme.
Os principais sintomas do ciúme são: Loucura instantânea pela perda total
de controlo do sistema nervoso, além de causar esquecimento, também causa
cegueira.
Esquecido dos saborosos frutos que o amor tem gerado, na loucura
instantânea, acredita-se que o muro da fidelidade foi derrubado. E o
esquecimento causado pelo ciúme, faz-se esquecer também de continuar regando o
amor com carinho.
Como um sensor automático, a estrela ternura para de brilhar, e seus
raios já não mais aquecem as folhas do amor, sem o néctar da confiança, as
folhas do amor amarelam, e começam a cair, porque as raízes já não sentem a
presença da substancia carinho. A árvore amor começa a secar.
A doença se agrava profundamente, e torna-se irreversível,
transformando-se na mortal doença: Ódio.
Começa então a triste mutação do amor, para se transformar em ódio. Contrariando
a natureza, onde as lagartas se transformam em borboletas para enfeitar o
mundo, o amor começa através de sua doença se transformar em ódio, para
destruir o mundo.
O ódio é a grande enfermidade do amor, que após a sua morte
transforma-se neste mutante monstro. Sem antídoto, esta doença tem contagiado
muitos corações, os quais têm se tornados, terras áridas e poucas férteis,
impossibilitando que outra semente do amor volte a nascer. Os corações tornam-se
desertos áridos e inabitáveis. Durante o dia, são visitados pelo calor da
insegurança, no cair da noite vem o sopro do gelado vento medo, que trás
consigo na calada da noite, as espessas sombras da solidão. E assim, dia e
noite, noite e dia, o ódio se fortalece pela morte imatura do amor. Porque o ódio, nada é, além da mutação do
amor, após sua morte pela falta de cuidados especiais.
Francis Gomes
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