POETA FRANCIS GOMES

POETA FRANCIS GOMES

PALESTRAS, OFICINAS, COMPRA DE OBRAS LITERÁRIAS.

CONTATOS:

contatos:
poetafrancisgomes@gmail.com
11 954860939 Tim watsapp
11 976154394 Claro

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

vidas virtuais



Vizinhos que nunca se encontram.
Encontros simplesmente casuais,
Amigos, amores, paixões
Amantes de encontros virtuais
Beijos, abraços sem toques
Carinhos que não deixam digitais

Choro e sorrisos digitados
Corpos que se tocam sem calor
Mente cheia de imaginação
E coração vazio de amor
Elogios e declarações a uma foto
Amor realmente sem valor

Mundo de muitos amigos sem amigos
O concreto perdeu suas digitais
As pessoas morrem prematuramente
Na ilusão que se tornaram imortais
Morrendo para a vida que importa
Se importando em viver vidas virtuais

Francis Gomes

quarta-feira, 11 de outubro de 2017



A criança e o poeta

Há! Se o tempo parasse de repente,
E voltasse a ser como era antigamente
Para eu reviver velhas alegrias.
E eu voltasse ser criança novamente,
E se possível, ser criança eternamente...
Envelhecer na meninice dos meus dias.

Como eu queria ser criança a vida inteira!
Cabelo duro todo sujo de poeira,
Chegar em casa e ouvir, mamãe falar:
-O que tu fez com a tua cabeleira?
-Por ventura faltou água a cachoeira?
-Vem cá menino deixa que eu vou te banhar”.

-Traz o sabugo e rapa de juá,
-Este cascão hoje vai ter que limpar.
-Mamãe já sou homem macho.
-Vem logo se não quiser apanhar.
E eu saía, pula pra lá e pra cá,
Até chegar a beirada do riacho.

 Chegando lá, mamãe dizia: - entra no rio.
Eu brincava até ficar roxo de frio,
Só saia quando mamãe me chamava.
-Vem cá menino, deixa eu ver o teu ouvido,
-Limpou direito? Coisa que eu duvido.
E com um pano velho me secava.

-Dá a mão filho vamos embora.
E nós saia caminhando estrada afora,
Até chegar a nossa casinha de sapé.
Enquanto mamãe fazia o jantar,
Eu brincava esperando papai chegar
De repente escutava bater o pé.

-Mamãe, mamãe, papai chegou,                                                                                  
-Ele vai pro rio eu também vou.
-Posso ir papai, com o senhor?
-Não filho, papai volta já,
-Fique com a mamãe preparando o jantar,
-Você já banhou.

 -Mamãe, mamãe, quero jantar.
-Calma filho, espera o papai chegar,
-Ele já esta vindo.
E de repente ela corria e me abraçava,
Me mordia, me apertava, me beijava,
Eu nem sei, se chorando ou se sorrindo.   

Uma aurora bronzeada sobre a terra!
Era o sol se escondendo atrás da serra,
E os pássaros procurando onde pousar.
Enquanto isso eu olhava da janela,
Vendo papai que abria a cancela,
E eu corria para mesa de jantar.

Papai e mamãe sentavam,
E eu subia na cadeira enquanto oravam.
Mamãe fazia nosso prato, depois o dela.
Depois sentávamos na beira da calçada,
Olhando o céu, observando a passarada,
Eu cochilava e dormia no colo dela.
  
Quando o poeta, nem pensava em ser poeta,
Era apenas uma criança discreta,
Protegido pelo o rei e a rainha,
Hoje, sou mais um entre os corações contritos,
Um poeta que ninguém ler seus escritos,
Revoada de uma única andorinha.

E a criança que pulava alegremente,
Com o pai e a mãe sempre presente,
De saudades hoje o seu coração ferve.
Com os seus pais tão distantes e tão ausentes,
O poeta é um homem tão carente,
Que se torna uma criança quando escreve.

Se eu pudesse pedir algo ao altíssimo,
E minha voz chegasse ao Senhor justíssimo,
Neste  dia eu pediria um só presente:
Humildemente em nome de Jesus Cristo,
Este poeta que ninguém ler seus escritos,
Só deseja se criança novamente.                                                                                                                            
 Que saudade, sinto da minha infância,
Do meu tempo de criança,
Eu, papai, mamãe, nós três.
Há! Se o tempo parasse de repente...
Voltasse a ser como era antigamente,
E eu pudesse ser criança outra vez.   


Francis Gomes

domingo, 8 de outubro de 2017

No dia do nordestino é o que tenho a dizer

 A cor de minha pele


Minha pele não é branca, 
Não é preta, nem amarela 
Minha pele tem a cor do meu povo
Do meu estado
Da minha terra,
De minha cidade
Do meu rio
Do meu açude
Da minha roça
Do colégio onde estudei
Das veredas que pisei.
A cor da minha pele não está 
Descrita em meus documentos,
Ela está cravada no meu coração,
No orgulho que sinto de ser nordestino
Cearense,
Fariasbritense.
Minha pele tem a cor do meu amor.
Minha pele sem dúvida nenhuma
Tem a cor do sertão.
Queimada do sol
Banhada pela lua
Soprada pelo vento agreste.
Ela tem uma cor especial.
E sinto orgulho em dizer:
Minha pele é nordestina.

Francis Gomes

Mistério da morte



Há um momento que o ser humano 
Seja ele santo ou profano 
Tenha muito ou pouca sorte 
Acredita que a vida é fútil 
Que ele é fraco, frágil, inútil 
De ante da morte 

Este inimigo invencível 
Porta para o invisível 
Caminho único para diferentes lugares 
Pode ser longa ou curta a jornada 
Para muitos pode ser para Pasárgada 
Para outros talvez Palmares 

Para quem fica o que conforta 
É que lá ser amigo do rei importa 
Lá os servos serão servidos 
A morte pode não ter critérios 
Mas os lugares onde nos leva são mistérios 
Por todos um dia conhecidos. 
  

Francis Gomes

sábado, 7 de outubro de 2017

Este teu jeito




Este teu jeito acanhado de sorrir
Este teu jeito disfarçado e atrevido de me olhar
Este teu jeito quase obsceno de morder o lábio
Ah! Este teu decote mostrando sem querer mostrar,
Faz o meu sangue ferver
O coração pular ao invés de bater
E meu corpo todo arrepiar.

Este teu jeito errado de fazer certinho
Este teu jeito certinho de fazer errado,
Este teu jeito santa de profanar
De fazer divino o que é pecado
Quando o teu corpo nu procura o meu
E como o rio procurando o mar eu procuro o teu
Fazemos do divinamente profano quase sagrado.

Você sabe como me prender
Neste teu jeito profano de mulher íntegra
Neste teu jeito espontâneo de ser só minha
De querer tudo quando se entrega.
Para nós, certo ou errado não existe
Eu sou muito bom em quebrar limites 
E você perfeita quando quebra as regras


Francis Gomes