POETA FRANCIS GOMES

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sexta-feira, 14 de agosto de 2020

 A biografia das rosas

 

Eu sou a primícias do fruto. Minha beleza encanta, fascina. pela minha existência criaram uma estação do ano em minha homenagem. De mim se alimentam as abelhas sugam meu nectar para produção do mel. Os beija flores me procuram constantemente, pairam no ar para me beijar com suavidade.  

Alguns dizem que eu não morro sofro apenas uma transformação, de certa forma tem razão, mas nem tanto, ninguém de coloca em meu lugar para ver se é fácil ser eu. Como sabem que eu não morro? Quem conhece meu sofrimento, minhas dores e tristezas pelos descasos e abandonos da vida?

Mas estou pronta para fazer meu relato, contar minha vida desde o principio de minha existência até minha dolorida morte. Também falarei de alguns momentos de felicidades que eu proporciono as pessoas. Mas apenas as pessoas e por pouco tempo, porque também logo se esquecem de mim e começa meu sofrimento.

O meu despontar pra vida começa como a dos seres humanos, é necessário a gestação de minha mãe e surge o pequeno botão, sou eu surgindo entres os galhos e folhas de mamãe.

Assim como nos humanos meus descendentes também tem várias estaturas, de forma que muitas vezes eu nasço no alto outras vezes entres as ervas daninha e espinhos rastejantes.

Às vezes o sacrifício de  minha morte é necessário para dá lugar aos frutos. E assim vai.

Todo mundo admira minha beleza, o esplendor de minhas cores, o aroma gostoso que deixo no ar.

Mas vamos por partes. Quando nasço entre os espinhos e pequenas ervas daninha minha vida é curta e sofrida, sou pisada por animais grandes e  pequenos, muitas vezes engolida viva.

Outras vezes cultivam-me entre muitas outras de minha espécie, mas cada uma com uma característica diferente, uma beleza particular, um aroma indescritível de tão gostoso.

Nestes casos, somos recolhidas vivas, cordas sem dó nem piedade, ninguém se preocupa com nossa dor, nosso sangramento ao passarem uma navalha por nossos pés. Muitas vezes somos transportadas empilhadas uma em cima da outra,  quando muito somos orvalhadas e querem que permanecemos sorridentes, lindas e aromatizando o ambiente como se nada tivesse acontecendo.

O único bom momento que nos acontece é quando somos presenteadas a alguém que nos recebe com alegria, nos alimenta com água e carinho, mas também logo se esquece da gente e nos deixa morrer de cede.

Na maioria das vezes, somos levadas para grandes empresas,  e imagine, imagine a dor que sentimos ao sermos trituradas por lâminas afiadas, nos cortando sem dó, sem nenhum sentimento pela dolorosa morte que estamos tendo, tudo isso para satisfazer o ego dos humanos para usar apenas nossa essência, nosso  espírito, o perfume.

E quando  nossa mãe é de um porte grande, quem lembra, quem  pensa na dor que sentimos em nossa queda? Depois de caída, somos pisadas pelos humanos, cortadas, carregadas pelas formigas que nos corta aos pouco, de pedacinho em pedacinho. Quem para e pensa o quanto nosso corpinho pequenos sofre com tanta dor?

Mas infelizmente a vida é assim para nós e para todos. Os  humanos que tanto nos maltrata também são do mesmo jeito.

Depois que passa o tempo, o vigor da idade, a força física, murcha a beleza, muitos caem outros são cortado da sociedade como se não tivesse valor algum.

Como nós, só a essência,  o espírito é aproveitado, o resto vira pó. E como o perfume apenas uma saudade levada pelo vento com o passar do tempo

 

Francis Gomes


Labirintos

 

Teus lábios são labirintos

Que atiçam meus instintos

E incendeiam  meus desejos

Sem pudor e sem critérios

Me arrisco descobrir os mistérios

Ocultos atrás de seus beijos

 

Teu corpo é uma trilha

Em cada curva uma armadilha

Com manjares presos a laços

Provo e degusto inteiro

E me torno prisioneiro

De teus carinhos e abraços

 

Nos labirintos de teu corpo me atrevo 

Ir muito além do que devo

E me perco em teus encantos

No toque, no carinho e no beijo

Vejo e finjo que não vejo

Par ir e voltar ao mesmo canto

 

 

Francis Gomes