POETA FRANCIS GOMES

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segunda-feira, 18 de junho de 2018

Próximos e distantes, amados e carentes



Te quero mais do posso mais do que devo
Por isso mesmo me atrevo
Na loucura deste amor
Você também me quer mais do deve
Por isso também se atreve
Em me querer sem pudor

Eu  tento, tento resistir este desejo
Mas toda vez que te vejo
Perco o rumo à razão
Mesmo sabendo que este amor é impossível
Sinto um desejo irresistível
De me entregar a esta paixão

Muitas vezes até me sinto culpado
Acho até que é pecado
Te querer desta maneira
E mesmo que este amor seja pecado
Se você me quiser, certo ou errado
Me entrego e te amarei a vida inteira

E assim vamos vivendo este dilema
Eu te quero você me quer mas o problema
Somos astros com itinerários diferentes
Eu sou a lua de tua noite fria
Você o sol que ilumina o meu dia
Próximos e distantes, amados e carentes.


Francis Gomes

domingo, 17 de junho de 2018

O conversar dos seres




Numa noite escura, de tristeza imensa,
O vento uivava em minha janela,
O céu coberto com uma nuvem densa,
Não me trazia o vento uma notícia dela.
Numa noite escura, de tristeza imensa.

Olhei o céu, mas não tinha estrelas,
Uma nuvem negra tirava a visão,
Mesmo que tivesse, não podia vê-las,
Uma dor cegava-me, e na escuridão,
Olhei o céu, mas não tinha estrelas.

Perguntei ao vento cavaleiro errante...
Tu, que no espaço vive a cavalgar,
Tu que és um eterno viajante,
Viste meu amor em algum lugar?
Perguntei ao vento cavaleiro errante.

Respondeu-me ele com palavras duras:
-Sou eu por ventura mensageiro teu?
-Já não basta a ordem, do Deus das alturas?
-Que me faz soprar até quem morreu
Respondeu-me o vento com palavras duras.

No passar da noite, com a aurora vinda,
Eu fiquei ouvindo o conversar dos seres:
Murmurava a relva: - não tem sol ainda?
Respondia a flor: - Tu não podes ver?
No passar da noite, com a aurora vinda.

Suplicava as trevas: - noite não vá
Festejava as rosas:- o sol esta vindo
Falava o escuro: - eu irei voltar
Gorjeava os pássaros: - como o dia é lindo!
Suplicava as trevas: - noite não vá

Quando a brisa mansa soprou sobre a terra,
E eu vi nos seres aquela alegria,
Quando o sol surgiu por detrás da serra,
Aquela tristeza de mim também fugia,
Quando a brisa mansa soprou sobre a terra.
O meu coração muito se alegrou,
De maneira como, não se alegrara dantes,
Vendo as maravilhas que o Senhor criou,
De uma forma que eu nunca vira antes.
O meu coração muito se alegrou.

Ouvindo assim o conversar dos seres,
Numa noite escura e ao romper da aurora,
Perguntou-me a luz: - Para que sofreres
Se até mesmo as trevas muitas vezes chora?
Ouvindo assim o conversar dos seres.

Francis Gomes


sábado, 2 de junho de 2018

Como se escreve um poema de amor


Escrever um poema de amor
É um trabalho artesanal
Junte cada ingrediente
Da forma mais original
Aprimore com a técnica
Caso queira use a métrica
Com rimas ricas no final

Selecione bem as palavras
E vá estruturando os versos
Ajuste bem nas estrofes 
Para que não fiquem dispersos
Não tenha pressa vá com calma
No íntimo de sua alma
Deixe um pouco submersos

Junte bastante sentimento
Uma pitada de romantismo
Uma porção grande de amor
Com um toque de erotismo
Apimente com sexualidade
Tempere com musicalidade
Um toque de cadência e lirismo

Depois escute o coração
E seja apenas escritor
Passe tudo para o papel
Como ouvir, sem tirar nem por.
E é assim, simples assim
Que se escreve do começo ao fim
Um poema de amor

Francis Gomes