POETA FRANCIS GOMES

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sábado, 25 de abril de 2020

Quando a saudade não mata mas, as lembranças torturam

Vento amigo





Oh! Vento que vai e volta
Visita vários lugares
Quero fazer-te um pedido
Por favor, vento amigo...
Transmita minha mensagem

Vento que sopra do sul
Em direção ao nordeste
Vai ao compasso do tempo
Por favor, amigo vento
Leve por mim esta prece

No estado do Ceará
Em uma pequena cidade
Por favor, faça uma pausa
Visite em minha casa
Alguém que chora de saudade

Uma senhora de idade
Já com os seus cabelos brancos
Sentada em uma cadeira
Debruçada sobre a mesa
Com os olhos  em prantos

Esta  é a minha mãe
Chorando por lembrar de mim
Sussurre no ouvido dela
Que eu também   sinto por ela
Saudade  que não tem fim

Derrube o meu retrato
Do lado de sua cama
Para amenizar a saudade
Ela vai ler a mensagem:
Do seu filho que lhe a ama

Faça mexer-se um quadro
Que está do lado dela,
Ao ver ficará feliz
Foi um poema que eu fiz
Para dedicar a ela

Ainda se for possível                                                                                                          
Se não for pedir de mais,
Quando ela olhar para cima
Balance a velha cortina
Pra ela ver o que está atrás

Suas lágrimas por um instante
Não vão molharão mais seu rosto
Ela dará um sorriso
Baixinho dirá: meu filho,
Você é o meu tesouro

Ainda muito criança
Eu escrevi na parede,
Eu nem sabia escrever
Mal da para entender
Escrito com folhas verdes:

“Mamãe, não sei escrever
Mas escrevo isto agora,
Posso da à volta ao mundo
Mas nunca por um segundo
Esquecerei à senhora”.

Ainda amigo vento
Vou fazer mais um pedido,
De todos, o que mais desejo,
Da minha mãe traga um beijo
E leve outro do seu filho



Francis Gomes

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