Muitos mundos, a mesma alma
A minha casa fica em um morro, com belas visões
Mas, há outras casas em morros mais altos.
Mas eu sou poeta, e como poeta observador que sou
Vejo coisas que não veem os que moram em morros mais altos
Vejo o por do sol que se esconde atrás de outras casas
E dá a impressão de que ali é o final da linha,
Vejo também em volta de minha casa e ao longe
Outras casas, algumas melhores e outras piores que a minha
Enquanto leio um livro em meu escritório. Pessoa.
Viajando naquela narrativa de Campos, bucólica.
Ergo os olhos e vejo pela porta de vidro
Entre uma casa e outra, a cruz na igreja católica
E lembro: hoje é dia de finados. Fecho o livro.
Choro a saudade dos amigos que partiram: e são tantos.
Mas quando penso nos que podem partir sem que eu possa impedir,
O por do sol, a paisagem, o livro, perdem o encanto
E apesar de viver em muitos mundos, o poeta.
No homem e no poeta, pulsa o mesmo coração,
Possuem a mesma alma, o mesmo espírito e sofrem a mesma dor
Todas as vezes que se trata de perca, solidão e amor
Francis Gomes
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