Mulher nordestina

Tem a coragem bravura e beleza
De Maria bonita rainha do cangaço
Mulher destemida desbravadora
Sem travas na língua sem embaraço
De tantas virtudes e beleza
Que até Lampião caiu em seu laço

Às vezes calma como ave domesticada
Outras, selvagem como um bicho na savana
Algumas vezes é divina quase santa
Outras vezes, diabólica e profana
É lúcida de fazer enlouquecer
Com uma loucura que chega ser insana

Doce e apimentada ao mesmo tempo
Do tipo que quem prova logo gama
Brasa viva que queima sem se queimar
Labaredas que poucos apagam a chama
Mulher nordestina é um vulcão
Jorrando lavas quando ela está na cama.

Mulher nordestina é diferente
Não encontra igual ela em outro canto
Ás vezes penso que Deus fez foi por capricho
E se foi capricho Ele caprichou tanto,
Mesmo sabendo que isso é impossível
Ás vezes penso que Ele passa do ponto

Francis Gomes