POETA FRANCIS GOMES

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terça-feira, 22 de novembro de 2016

O poder da palavra


Eu já matei, morri, ressuscitei.
Sorri, chorei, cantei. Dilemas.
Amei, fui amado, sofri e fiz sofrer
Fui deus e homem em meus poemas.

Francis Gomes

domingo, 20 de novembro de 2016

O cenário da despedida


Sentado em uma cadeira
Vivo este momento sagaz
Em baixo a sombra de uma árvore
Só a brisa que passa me satisfaz.
Neste cenário que vivo e observo
Em breve tudo ficará para traz

Depois da despedida que se aproxima
O que é não será mais,
Este céu azul e algumas nuvens brancas
O canto das aves, os animais,
Os parênteses, os amigos,
Os amigos dos amigos, meus pais.
Quando nos olhos chorosos
Surgirem às recomendações finais
A boca diz  até logo
Mas o coração murmura nunca mais.


Francis Gomes

sábado, 19 de novembro de 2016

A matemática perfeita


Quando duas pessoas
Somam os desejos dos corações
Para serem felizes,
E dividem as dores, tristezas e alegrias,
Subtrai-se o risco de uma separação
Com certeza multiplica-se o amor,
O resultado final será felicidade.

Francis Gomes


terça-feira, 15 de novembro de 2016

O amor que eu quero


Eu quero uma pessoa que eu ame tanto
Que nenhum outro encanto
Seja aos meus olhos mais que o dela
Uma pessoa que me tire à calma
Que me tire o fôlego e até minha alma
Sinta arrepios quando eu pensar nela

Alguém que complete todos os meus anseios
E que me acalente em seus seios
Como uma mãe que pelo seu filho vela,
Que seja amada, amiga amante
E todos os versos e poema que eu cante
Sejam exclusivamente para ela

Que seja calma e bem comedida
Mas no momento certo seja atrevida
Que me surpreenda e tenha atitude
E que eu possa falar para quem quiser
Que eu sou seu homem e ela minha mulher
E que eu a amei muito mais que pude

Eu  quero uma pessoa para amar assim
E que ela também faça por mim
O que nunca outra pessoa fez
E que eu jamais deseja trair
E sempre que o amor nos unir
Seja tão bom como a primeira vez



Francis Gomes

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Porque te amo


Te amo, não é pela sua beleza,
Nem pelos seus cabelos negros,
Nem pela cor dos seus olhos.
Te amo, não é pelo seu sorriso elegante,
Nem sua boca pequena
E seus lábios grandes.
Não é pela sua voz que sussurra,
Pelos seus braços que me apertam,
E suas mãos que me tocam.
Não é pelo seu corpo bonito,
Pelo seu jeito atraente,
Nem sua sensualidade.
Nem por que quero te amar.
Te amo por que não mando em meu coração,
Porque não controlo meus sentimentos,
E não consigo te odiar.
Só por isso, e só por isso te amo.




Francis Gomes

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Aritmeticamente saudade

Eu já escrevi muitos poemas loucos como terá no meu próximo livro poemas dedicas a análise sintática, mas a pedido de uma professora de matemática, acho que desta vez minha loucura se superou nas comparações. rsssss

Aritmeticamente saudade

Ela é uma aritmética progressiva
Uma exata que não tem lógica
Número primo que só divide entre si
Caso contrário gera uma periódica

Número incomplexo que não aceita regra de três
Raiz quadrada da falta que alguém faz
Falsa posição em que o amor nos leva
Dor nem sempre divida em partes proporcionais

Divisão de dois corações apaixonados
Sintonia em baixas frequências
Sentimento que fraciona o nosso coração
Produto e quociente de apenas duas potências

Triângulos com lados diferentes
Relação que Pitágoras não entendeu
Aritmeticamente isso é saudade
Você a distância e eu.

Francis Gomes

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Porque a voz não sai


Fecho os olhos.
Vejo uma mulher de cabelos grisalhos,
Olhar profundo
Pele enrugada
Mãos calejadas do trabalho
Corpo cansado da batalha diária.

Ora sorri,
Ora chora,
Ora chora,
Ora sorri.
Agora está de braços abertos
Vem em minha direção.
Me abraça forte.
Sinto seu corpo tremer
Ouço as batidas do seu coração
Cada vez mais forte.

Encosta sua cabeça em meu ombro,
Suas lágrimas molham meu rosto,
Escuto ela murmurar ao meu ouvido:
- Eu te amo meu filho.
Quero retribuir com a mesma frase,
Mas a garganta fecha,
A voz não sai.
Choro junto com ela.
Meu coração queima,
Pula, grita de vontade,
Mesmo assim,
E eu não consigo falar,
Mamãe eu te amo também

Tanto que nem consigo falar.

sábado, 5 de novembro de 2016

Cordel, O Segredo de Evandro e eu

O segredo de Evandro e eu


Que me conhece, conhece
Também o meu primo Evandro
Nós sempre estivemos juntos
Fosse vendo ou comprando
No mato nas ruas nas pistas
Nós éramos grandes artistas
Só quando tava aprontando

Mas na vida é deste jeito
Nem sempre a gente ganha
Tem dia que a gente bate
Tem dia que a gente apanha
Até pra quem só apronta
A sorte ás vezes é contra
E mosca pega aranha 

Com nós não foi deferente
Também não podia ser
Até pra quem sempre ganha
Chega o dia de perder
Eu até que fui poupado
Mas Evandro o coitado
Só mesmo vendo pra crer

O forró da Dona Tinha
Era muito afamado
Por ir mais mulher que homem
Ou forró abençoado
Até feio como eu
E Evandro primo meu
Era bem requisitado
  
Mesmo quem é como eu
Ás vezes meio acanhado
Toma uma, toma duas,
E a gente fica empolgado
Esquece os não que recebe
E quando a gente percebe
Tá beijando e é beijado

Mas como um dia é da caça
E outro do caçador
Um dia a mesa que ganha
No outro o jogador
Neste dia com certeza
Deu caça e deu a mesa
E Evandro foi perdedor

 Pois é, a vida aprontou,
Com o meu primo Evandro
Ele que se achava
Um dom Juan e malandro 
No forró da dona Tinha
Ele namorou Sandrinha
Que cá pra nós era Sandro

Mas este é um segredo
Que eu e Evandro tem
Só quem sabia era eu
E agora vocês também 
Pra não perder a amizade
Eu peço por caridade
Não contem pra mais ninguém

Trancado a sete chaves
Evandro sempre escondeu
Se perguntar ele nega
Diz que nunca aconteceu
Que isto não foi com ele
Mas sim com o primo dele
Que neste caso sou eu.

Mas a história verdadeira
É como eu estou falando
Meu primo chegou na festa
Faceiro todo malandro
Quando avistou a Sandrinha
Falou: Esta vai ser minha
Ou não me chamo Evandro

 E pra falar a verdade
A danada era charmosa
Das mulheres do forró
A peste era a mais cheirosa
Todo homem que olhava
No mesmo instante falava
Eita loirinha gostosa!

Os peitos eram dois melões
Blusa tomara que caia
As coxas também dois troncos
Rasgando a minissaia
Quando Sandrinha olhou
Evandro logo falou
Eu vou nadar nesta praia

 Danado, pois nadou mesmo.
Mas depois se arrependeu
Se lambuzou com melado
E no final nem comeu
Pior que o infeliz
Alem dele negar diz
Que quem fez isso fui eu

Mas vou contar pra vocês 
Como tudo aconteceu
Só não contem pra ninguém
Porque se contar fedeu.
Se Evandro desconfiar
Se o primo ao menos sonhar
É capaz de matar eu

 Olhou para ou lado e outro
E me falou: fica vendo
Presta atenção no papai
Se é que está me entendendo
Veja a pinta do rapaz
Olha bem como é que faz
E vê se vai aprendendo

O Evandro se empolgou 
Malandro como se achava
Em direção à loirinha
Parece que desfilava
Cochichou no ouvido dela
E perguntou para ela
Se a princesa dançava
  
Disse sim com a cabeça
E já saiu rebolando
Mordendo o canto dos beiços
Ele foi lhe acompanhado
Explodindo em desejo 
Evandro tascou-lhe um beijo
Passaram a noite dançando

O primo passou por mim
E disse: chupa Mané
Vê se aprende com o artista
Como ganha uma mulher
Olha o naipe desta gata
Coisa que você não cata
Com esta cara de Zé

 Saiu de punho serrado
Comemorando a conquista
Pensando que ele era
Um verdadeiro artista
Um Dom Juan sedutor
E a gata que conquistou 
Uma capa de revista

Era um tal de amassa amassa
Pelos cantos do forró
Às vezes de tão grudado
Os dois pareciam um só
Era um grude tão danado
Um no outro enroscado
Feito corda dado nó
  
E naquele pega pega
Pega aqui pega acolá
Sandrinha deixava em todos
Menos em um lugar,
Evandro sempre tentava
Sandrinha nunca deixava
O pobre primo pegar

Mas depois da meia noite
A gente bebe de mais
Muitas vezes já nem sabe
Direito o que é que faz
A Sandrinha vacilou
Foi quando Evandro pegou
E quase caiu para traz
  
Logo ele percebeu
Uma coisa diferente
De susto apertou mais forte
Depois soltou de repente
Ele notou que Sandrinha
Na verdade ela tinha
Um negócio igual à gente

Evandro não acreditando 
No que estava acontecendo
Aproveitou que ninguém 
Alem de mim estava vendo
Pegou de novo enfurecido
Sandrinha deu um gemido
Ficou pro lá se torcendo

 Depois empurrou Sandrinha
E saiu desconfiado
Cuspindo limpando os beiços
Como quem tava enojado
E pra tirar o sarro dele
Eu perguntei para ele
Se estava apaixonado

Ele disse eu te mato
Se tu falar para alguém
Aquela peste é homem
Tem é o que nós tem
Mas se acaso tu contar
Com certeza vou negar
E te difamar também

Primo você nem precisa
Me pedir mais uma vez
Eu jamais irei contar
Para alguém que tu fez
Isso a mim não compete.
Eu só postei na internet
E estou contando a vocês.

Por isso peço a vocês
Não contem pra mais ninguém
Se Evandro desconfiar
Isso não termina bem.
Mas estou desconfiado
Se eu não tivesse contado
Vocês pegavam também.



Francis Gomes

terça-feira, 1 de novembro de 2016

De outubro Rosa a Novembro Azul

Neste mundo machista, o exame da próstata é uma decisão difícil

A decisão

Tudo teve inicio quando comecei sentindo algumas dores abdominais, parecia coisa corriqueira do dia a dia, mas foi piorando e mesmo contra minha vontade fui ao médico. Quase dois meses para conseguir uma vaga no posto perto de minha casa.
Tinha dias que eu mal conseguia andar, uma dor no pé da barriga, que Deus me livre, e para urinar, era contando as gotas, doía e queimava que parecia sair fogo. Quanto relatei a situação ao doutor ele foi categórico, disse que eu precisava fazer um exame, o mais breve possível, poderia ser naquele dia mesmo. Ao ouvir qual seria subiu um formigamento dos pés à cabeça, tremi de medo e vergonha. Me torci para lá para cá perguntei se não podia fazer outro dia.
- Sim pode, mas quero que o senhor saiba vai ter que fazer e quanto antes melhor.
Fiquei mais um mês tentando criar coragem para fazer o maldito exame. Mas não foi fácil, além de evitar a mulher porque a coisa não funcionava mais direito suava frio toda vez que ia ao banheiro.
Eu sentia vergonha até em pensar. Imaginando o constrangimento perdia o sono, sentia calor, ficava sem jeito de olhar para qualquer pessoa. Parecia que todo mundo sabia o que eu precisava fazer, era uma verdadeira tortura.
A gente faz piada, brinca com a desgraça dos outros, mas quando é com a gente vou falar não é brinquedo não.
Eu não falei nem para a mulher deste exame, Deus me livre. Imagina se ela falasse para as colegas, toda vez que alguma fosse lá em casa ia ficar me olhando meio tordo, rindo de mim, depois falando para os maridos, e os maridos falando para os colegas e os colegas para outros colegas assim todo mundo sabendo e todos rindo de mim por onde quer que passasse. Os vizinhos esperando para me ver chegar em casa, bisbilhotando pelas janelas para zombar de mim, e no meu trabalho, já pensou o falatório que seria? credo em cruz Deus me livre.
Na rua todos me olhando com rabo de olho e falando: 
- olha o esfolado passando. Me arrepiava só em pensar. Ou os engraçadinhos dos meus colegas:
- e o dedo era grande? Fala ai doeu ou você gostou? 
Pronto à merda tava feita, porque não sou de levar desaforo para casa, por isso não contei a ninguém.
Só me esquivando para não fazer. Mas quando a gente pensa no esqueleto de roupa preta com uma foice na mão, cria coragem, pelo menos no momento. Apesar das brincadeiras sem graça, as coisas que escutava, e o machismo, cheguei à conclusão de que não tinha saída, precisava fazer o dito cujo.
Mas quando pensava em tudo que eu ouvia sobre o assunto.
O que era mentira ou verdade? Nos últimos noites nem dormia mais, quando ia pegando no sono, acordava vendo aquele dedão vindo em minha direção, pulava da cama todo suado e gritando, aqui não doutor.
A mulher acordava apavorada falando:
- Tá doido homem de Deus que diabo tu tem?
Nada não mulher vai dormir. Foi só um sonho ruim.
Mas não tinha jeito. Este tal exame do toque era a onda do momento só se falava nisso. Uns dizia que não doía e que a gente ficava sozinho com o médico na sala. Já outros que doía pra caramba, e além do doutor ficavam duas enfermeiras para auxiliá-lo. E as posições hein? E as posições! Alguns diziam que ficava de quatro com as mãos em cima da cama. Outros que era deitado de ladinho. O médico colocava uma luva, passava um creme lubrificante e com uma conversinha mole de que não ia doer nada era rapidinho, abria bem o negócio, e tome. Ia ao céu e voltava, ou melhor, ao inferno. Em fim relatos de todo jeito eu ouvia. 
Certo dia escutei um camarada falando que tinha visto uns vídeos na internet mostrando como era feito o tal e comentou:
- Bicho feio, coisa macabra. 
Pensei comigo vou nada, o diabo é quem vai não eu. Mas isso é igual dente furado, a gente tenta preservar, mas quando a o danado dói, a vontade é de arrancar na hora.
Pois bem, a mulher inventou de ir à casa da mãe dela, aproveitei e fui fuçar na internet para ver se encontrava alguma coisa. Pois não é que eu encontrei vários vídeos mesmo!
Virgem Maria, mas quando eu vi aquilo, aquelas bundas brancas empinadas, meio que de quatro, outros deitado de ladinho e o médico metendo o dedo sem dó girando 360º graus, e o cabra se torcendo todo não sei se de vergonha ou de dor. Alguns fechavam os olhos, outro arregalava, trincava os dentes, mordia os beiços. Eu pensei, to fora, não vou fazer isso, mas nem por decreto do papa.
Decisão tomada, ninguém sabia nada nem precisava saber, se a coisa piorasse eu voltava ao médico. Me lasquei, no mesmo dia, comecei sentir dores terríveis, tive que ir.
Cheguei atrasado de propósito pensado: ora chego atrasado não tem mais ninguém, entro resolvo isso de uma vez e seja o que Deus quiser. Me danei todinho, o infeliz do doutor tinha atrasado também.
Contei umas dez pessoas. Pensei, será que todos estes vão fazer? Cheguei meio esbaforido, vermelho como um pimentão, o sangue parecia ferver, quase que eu voltava para trás, mas não dava mais.
Parecia que todos me olhavam e pensando a mesma coisa, é mais um para levar dedada. Sentei de cabeça baixa sem falar com ninguém de tanta vergonha.
Começou chamando: senhor fulano, senhor beltrano, chegou sua vez.
Sentia umas pontadas no pé da barriga, além da dor, medo, ansiedade, vendo meu orgulho de macho intocável a pouco de chegar ao fim. Eu levantava, sentava, tomava água sabendo que minha vez estava chegando. Eu sabia que todo mundo percebia meu nervosismo. Para piorar, a atendente falou:
-Senhor António Jerônimo o senhor está sentindo alguma coisa? De cabeça baixa disse, não senhora estou bem.
- Tem certeza? Sim senhora
-Se acalme o senhor parece está muito nervoso, tudo vai correr bem.
Pensei, fala isso porque não vai ser no seu que vai entrar um dedo sabe-se lá Deus o tamanho e como.
Os que saiam da sala do doutor aumentavam minha agonia, fazendo uma cara de quem tava morrendo de dor de barriga e desesperado para ir ao banheiro. A maioria saia deste jeito.
Faltava apenas três. Me passou pela cabeça uma ideia maluca. Se pelo menos fosse uma doutora quem sabe seria melhor, ela poderia ser mais delicada, afinal toda mulher costuma ser. O dedo seria mais fino. 
Mas também me ocorria outra preocupação, a unha. Sim, a unha. Quem não conhece uma mulher que tenha unhas grandes. Tem a luva eu sei, mas e se rasgar. Já nem sabia o que seria pior. E se ela resolvesse se vingar de alguma coisa logo em mim, já pensou, e não seria difícil não do jeito que a coisa anda. Se o marido tivesse traído ela, e descontasse tudo na minha pessoa, coitado de mim pagaria o pato sem culpa nenhuma.
De repente, aquela voz tenebrosa: 
Senhor António, por favor, pode entrar. Arrepiou até a alma. De cabeça baixa, ouvir uma voz feminina falar: senhor entre na sala a sua direita, tire a roupa e ponha este avental, o médico já vem lhe examinar.
Mal coloquei aquele avental azul o médico chegou:
- Está pronto Senhor António? Cabisbaixo balancei a cabeça afirmando que sim.
Ponha suas mãos em cima da cama, empine um pouco as nádegas, e relaxe não vai doer nada. Durará apenas entre quinze e vinte segundos. Vou utilizar este gel para que o senhor não sinta dor, não vai nem perceber, quando ver já foi. Fechei os olhos trinquei os dentes e senti aquele dedo grosso entrando em mim, torcendo para um lado para o outro. Mas doeu, doeu muito, cheguei ver estrelas.
Pronto. O pode colocar sua roupa. O senhor, por favor, aguarde um pouco lá fora e já lhe dou o diagnóstico. Saí da li cego de vergonha nem quis saber do resultado e nunca mais voltei lá.
Por causa desta decisão, esta atitude impensada, do meu orgulho e machismo é que hoje, um ano e meio depois estou aqui entre amigos e parênteses, narrando-vos esta história deitado neste caixão frio, sem dor, sem orgulho, sem vida.

Francis Gomes