O conversar dos seres
Numa noite escura, de
tristeza imensa,
O vento uivava em minha
janela,
O céu coberto com uma nuvem
densa,
Não me trazia o vento uma
notícia dela.
Numa noite escura, de
tristeza imensa.
Olhei o céu, mas não tinha
estrelas,
Uma nuvem negra tirava a
visão,
Mesmo que tivesse, não podia
vê-las,
Uma dor cegava-me, e na
escuridão,
Olhei o céu, mas não tinha estrelas.
Perguntei ao vento cavaleiro
errante...
Tu, que no espaço vive a
cavalgar,
Tu que és um eterno
viajante,
Viste meu amor em algum
lugar?
Perguntei ao vento cavaleiro
errante.
Respondeu-me ele com
palavras duras:
-Sou eu por ventura
mensageiro teu?
-Já não basta a ordem, do
Deus das alturas?
-Que me faz soprar até quem
morreu
Respondeu-me o vento com
palavras duras.
No passar da noite, com a
aurora vinda,
Eu fiquei ouvindo o
conversar dos seres:
Murmurava a relva: - não tem
sol ainda?
Respondia a flor: - Tu não
podes ver?
No passar da noite, com a
aurora vinda.
Suplicava as trevas: - noite
não vá
Festejava as rosas:- o sol
esta vindo
Falava o escuro: - eu irei
voltar
Gorjeava os pássaros: - como
o dia é lindo!
Suplicava as trevas: - noite
não vá
Quando a brisa mansa soprou
sobre a terra,
E eu vi nos seres aquela
alegria,
Quando o sol surgiu por
detrás da serra,
Aquela tristeza de mim
também fugia,
Quando a brisa mansa soprou
sobre a terra.
O meu coração muito se
alegrou,
De maneira como, não se
alegrara dantes,
Vendo as maravilhas que o
Senhor criou,
De uma forma que eu nunca vira
antes.
O meu coração muito se
alegrou.
Ouvindo assim o conversar
dos seres,
Numa noite escura e ao
romper da aurora,
Perguntou-me a luz: - Para
que sofreres?
Se até mesmo as trevas
muitas vezes chora!
Ouvindo assim o conversar
dos seres.
Francis Gomes
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