Senhor,
sou sertanejo valente
Acostumado
a sofrer
Com
a escassez de chuva
Que
faz o meu sertão morrer
Sempre
que o ano começa
Começo
fazer promessa
Pedindo
a Deus pra chover
Todo
que busca encontra
Assim
disse o Senhor
E
o que pede recebe
Jesus
Cristo assim falou
E
eu pobre sertanejo
Pedi
com tanto desejo
Que
Deus então me escutou
Abriu
as portas do céu
Para
chover no sertão.
E
eu que rezei chorando
Com
os joelhos no chão
Pedindo
para chover
Hoje
rezo para ver
Se
a chuva num cai mais não.
Porque
já choveu de mais
Precisa
chover mais não
Os
açudes transbordaram
Que
invadiu a plantação
Os
rios encheram tanto
Ô
meu Deus que teve canto
Que
levou a criação
E
só assim pude ver
Chuva
de mais vale nada
Muita
gente já morreu
Tanta
casa foi levada
Ô
meu Deus perdoa eu
Pedi
pra chover choveu
Mas
rezei de forma errada.
Bem
falou o padre Cícero
Que
viveu no Ceará:
O
sul vai virar sertão
E
o sertão vai virar mar.
Do
jeito que ele dizia
Cumpriu
sua profecia
Pois
num podia falhar.
Mas
parece que Luis
Gonzaga
rei do baião
Também
sabia que um dia
Deus
ia ouvir minha oração
E
se doendo por eu
Ele
explicou para Deus
Como
foi minha petição.
E
de maneira mais certa
Repetiu
minha oração:
Senhor,
pedir pra chover
Mas
não chover de montão
Foi
pra chover de pouquinho
Para
chover de mansinho
Pra
moiá a plantação
Sei
que pedi pra chover
E
pra chover Sem parar
Mas
peço que me perdoe
Pois
eu não soube rezar
Perdoe
este pobre home
Que
por sofrer com a fome
Pediu
pro sol se arretirar
Quando
pedi pra chover
Não
foi chover sem parar,
E
quando pedir ao Senhor
Para
o sol se arretirar
Foi
se arretirar um tiquinho
Pra
esfriar um pouquinho
Só
pro o sertão num queimar
Senhor,
peço que me perdoe
Se
eu num soube rezar
Mas
agora eu lhe peço
Peço
pra chuva parar
E
se o Senhor achar por bem
Peço
no ano que vem
Faça
a chuva vortar
E
quando o sol se arretirar
Se
arretire um tiquinho
E
quanto à chuva vortar
Vorte
a chover de mansinho
Que
dê pra moiá o chão
Pra
criar a plantação
E
o mato fique verdinho.
Francis
Gomes
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